Relacionamento com o
planeta

A Suzano possui uma das maiores bases florestais do mundo e sua atividade está diretamente ligada aos ciclos da natureza. Temas como mudanças climáticas, manejo florestal e inovação para conquistar melhores práticas e resultados são alguns dos destaques da Suzano em 2020.

Grace Kelly Mendes de Almeida, participante do Projeto Lápis da Mata Atlântica, em Capão Bonito (SP). Foto: Márcio Schimming

EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE NO MANEJO FLORESTAL
GRI 103-1, 103-2, 103-3

A visão de eficiência florestal da Suzano baseia-se, cada vez mais, no conceito de inovabilidade, ou seja, ter a inovação a serviço da sustentabilidade, procurando harmonizar ganhos operacionais e ambientais nos processos produtivos. Nesse sentido, a companhia tem buscado inovações para garantir maior eficiência aos processos de manejo florestal, almejando maior produtividade por área plantada e redução de custos, ao mesmo tempo que tenta diminuir a utilização de recursos naturais nessa operação.

Para alcançar maior eficiência, em 2020 toda a base florestal da companhia foi reclassificada a partir de parâmetros ambientais e do risco climático. Essa reclassificação dos ambientes de produção é fundamental para garantir a atuação sustentável. Com isso, será possível gerar recomendações de manejo, alocação clonal e reposicionamento de base florestal com ganhos importantes para a produtividade e otimização no uso dos recursos. Um bom exemplo disso em 2020 foi o projeto de revisão dos princípios de preparo do solo, visando a uma maior economia nesse processo. Essas melhorias consideram, entre outros aspectos, a redução do uso de máquinas no campo e/ou a adoção de equipamentos que demandam uma potência menor de trabalho. Isso significa que, além de ser realizada a um custo menor, a operação passa a emitir menos CO2 na atmosfera.

Uma abordagem semelhante é aplicada quando desmobilizamos áreas e concentramos nossas florestas em regiões de maior potencial e menor risco produtivo. Ao invés de manter plantações em uma área maior porém de baixa produtividade, a empresa opta por áreas menores com alta produtividade, de menor risco e próximas às fábricas, otimizando, assim, o transporte de madeira e o uso dos recursos naturais. Além disso, considerando a nova classificação e risco ambiental, todos os plantios são planejados conforme recomendação técnica específica, em que são definidos densidade de plantio, adubação e tipo de manejo, entre outras recomendações para reduzir custos e uso de recursos e alavancar a produtividade florestal.

Total de áreas mantidas pela Suzano por tipo de uso do solo

em hectares (ha)

2019 2020
Áreas próprias Áreas
arrendadas e
parcerias
Total Áreas próprias Áreas
arrendadas e
parcerias
Total
Plantio e disponível 699.128,50 576.187,11 1.275.315,61 754.465,00 591.688,00 1.346.153,00
Destinadas à conservação* 481.042,86 405.757,96 886.800,82 527.224,00 433.634,00 960.858,00
Infraestrutura 57.066,40 47.331,71 104.398,11 51.982,00 38.586,00 90.568,00
Total 1.237.237,76 1.029.276,78 2.266.514,54 1.333.671,00 1.063.908,00 2.397.579,00

Em nosso escopo florestal, três frentes de trabalho tiveram especial destaque em 2020:

1. Recursos hídricos

O risco de indisponibilidade hídrica é um dos assuntos de maior prioridade para a Suzano. Isso porque, além de termos uma meta pública relacionada ao uso da água, a cultura do eucalipto requer uma série de cuidados na utilização correta desse recurso. Até 2030, a empresa irá manejar 100% das bacias hidrográficas consideradas críticas em seus estudos, ou seja, aquelas mais demandadas pela empresa e também no seu entorno e, que, portanto, exigem maior atenção. Atualmente, 40 bacias hidrográficas são classificadas como críticas, em um total de 2.006 bacias com presença de plantios da empresa, ou seja, 2% do total. A Suzano detém tecnologia para fazer recomendações para a redução do uso de recursos hídricos em áreas críticas e, principalmente, certificar, com base em sensoriamento remoto, a efetividade dessas recomendações nas regiões onde estamos presentes.

2. Controle biológico de pragas

Pioneira no uso de técnicas de controle biológico, a Suzano é uma das empresas que mais investem nesse tema. Atualmente, a companhia possui dois laboratórios destinados à produção de inimigos naturais: um em Aracruz (ES) e o outro no município de Alambari (SP). Em 2020, atingimos a produção de 49 milhões de inimigos naturais de pragas, que foram liberados em 56.376 hectares, superando R$ 14 milhões em custo líquido evitado no biênio 2019/2020. Com isso, não só deixamos de ter danos ocasionados por pragas, como também utilizamos uma alternativa muito mais interessante do ponto de vista ambiental: sem usar agroquímicos, colocamos grupos de pragas em equilíbrio nessas áreas. Novamente, temos um bom exemplo de ganhos compartilhados, econômicos e ambientais no manejo de nossas florestas. Em 2021, contaremos com novos recursos para ampliar o controle biológico a partir da instalação de laboratórios no Mato Grosso do Sul e no Maranhão.

3. Controle de doenças

A Suzano não aplica fungicidas para o controle da grande maioria das doenças. Como parte da nossa estratégia de manejo integrado, realizamos a avaliação do nível de resistência dos materiais genéticos, o que permite selecionar apenas os clones resistentes às principais doenças para plantio em larga escala. Em 2020, definimos as diretrizes e estratégias do programa FenomicS, que tem como objetivo intensificar as avaliações de resistência, tornando-as mais precoces, robustas e em larga escala, também ampliando seu escopo para características de resistência e tolerância aos estresses bióticos e abióticos.

Marcelly Florêncio Francisco (ao fundo) e Vanusa Ferreira da Silva de Oliveira, auxiliares de Pesquisa, colaboradoras da empresa Equilíbrio, Unidade Aracruz (ES). Foto: Márcio Schimming.
Lucimar Kosanke, técnico de Pesquisa, Unidade Aracruz (ES). Foto: Márcio Schimming

Seca no Mato Grosso do Sul

A seca severa, associada a incêndios em grandes proporções, foi uma das principais dificuldades vividas pela Suzano em 2020, principalmente no Mato Grosso do Sul. A seca, por si só, afetou a produtividade nessa região e, na sequência, enfrentam os episódios de incêndios florestais. No entanto, a partir da nossa rede de prevenção e combate ao fogo, conseguimos minimizar os impactos em nossos plantios. Do ponto de vista de manejo e melhoramento, com base nas condições mais críticas de seca, foi possível extrair informações valiosas e realizar ajustes para reduzir o risco futuro. Os dois principais exemplos foram a revisão do espaçamento de plantio e o ajuste na recomendação de clones, respectivamente. Para esses assuntos, consideraram-se o risco climático, a distribuição e intensidade dos danos na floresta e a resposta diferenciada dos clones de eucalipto. Com base em estudos de anomalias climáticas, também redefinimos o risco de novos eventos de seca futura e os possíveis impactos em produtividade florestal. Essa medida é fundamental para maior assertividade do planejamento futuro de abastecimento de madeira.

Número de focos de incêndios nas áreas da Suzano por Estado

2019 2020
Bahia 1.037 1.121
Espírito-Santo 1.143 3.105
Maranhão 1.860 2.453
Mato Grosso do Sul 62 137
Minas Gerais 0 3
Pará 369 169
Rio de Janeiro 4 15
São Paulo 322 788
Tocantins 107 39
Total 4.904 7.830
Fazenda Barão de Santa Branca (SP). Foto: Adriano Gambarini (WWF)

Monitoramento em tempo real

Nosso monitoramento ambiental conta com sofisticados equipamentos capazes de avaliar, em alta frequência e de forma totalmente remota, as condições climáticas, captura de carbono, uso dos recursos naturais em nossas plantações, sanidade das florestas e presença de plantas daninhas. Por meio dessas informações, nossos times identificam quando, onde e se haverá impactos positivos ou negativos em nossa produtividade futura. Desse modo, conseguimos propor ações no curto prazo e mitigar riscos. A seguir, destacamos as principais iniciativas com o uso dessas tecnologias.

1. Estações e radar meteorológico

A Suzano dispõe de uma rede de estações meteorológicas dedicadas ao monitoramento do clima, distribuídas em todas as áreas de manejo florestal da empresa. No total, são cerca de 70 mil registros diários gerados por 167 estações, sendo 71 próprias e 96 do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), órgão do governo federal. Além dessa rede de monitoramento, desenvolvemos um sistema de previsão climática específico para as operações da empresa, pelo qual, além da previsão de chuvas, temos condições de realizar previsões sobre as condições ideais para realizar as operações de silvicultura, incluindo preparo de solo, aplicação de herbicidas e plantio. O sistema de monitoramento e previsão do clima nos permite reduzir incertezas nas operações florestais e avaliar diferentes cenários sobre o impacto das alterações climáticas em nossa produção.

Em 2021, a Suzano planeja implementar em Três Lagoas (MS) uma solução integrada de monitoramento de clima e incêndios, com emissão de alertas baseada no uso de radares meteorológicos.

2. Laboratórios a céu aberto e torres de fluxo

A Suzano consegue acompanhar de perto o crescimento de suas florestas. Os sensores ambientais dispostos em suas seis torres de fluxos, além das microbacias experimentais, permitem fazer um balanço diário sobre carbono, energia e uso de água. As torres de fluxo são consideradas como tecnologia mais avançada para esse tipo de estudo no mundo. Atualmente, o projeto designado de laboratórios à céu aberto contempla 11 microbacias experimentais, localizadas nos estados do Maranhão, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul.

3. Sensoriamento remoto das florestas

A Suzano investe, de forma pioneira, em tecnologias de sensoriamento remoto, a fim de ampliar o monitoramento amostral para censo, o que garantirá maior qualidade e economia de recursos. Em 2020, consolidamos o monitoramento mensal das florestas, por meio do Índice de Área Foliar (IAF). Esse índice mede, de maneira precisa, a densidade de folhas de uma árvore, sendo um importante indicativo da qualidade florestal. O acompanhamento periódico do IAF permite a detecção de mudanças na cobertura superior da floresta e auxilia na identificação de ajustes necessários.

Desenvolvemos também um indicador e alertas para áreas sob competição com plantas daninhas. Essa tecnologia nos permite priorizar os locais críticos que demandam intervenção, permitindo também uma otimização no uso dos recursos. Em 2020, monitoramos mais de 1,24 milhão de hectares de florestas com o uso de imagens de satélite, consolidando o monitoramento remoto e praticamente em tempo real.

Gilson Fraga Vicente, agricultor participante do Programa de Desenvolvimento Rural Territorial (PDRT), e Gerson Peixoto, consultor do programa pela empresa Cedrago, na Comunidade de Cachoeiro do Riacho, em Aracruz (ES).. Foto: Márcio Schimming

Governança ambiental

Avanços importantes marcaram a governança ambiental da Suzano em 2020, como a integração operacional das unidades, em um modelo corporativo de atuação, e a construção de uma visão conjunta das agendas ambiental e social da empresa. Ainda, em uma companhia que possui 1,3 milhão de hectares de plantio e cerca de 960 mil hectares destinados à conservação de florestas nativas, a biodiversidade é ativo de elevado nível estratégico para a continuidade dos negócios. Com essa convicção, e reconhecidos(as) por seus stakeholders como real contribuinte para a redução ou a não perda de biodiversidade dos ecossistemas brasileiros, lançamos publicamente, no início de 2021, nossa Meta de Longo Prazo de biodiversidade. Esse posicionamento fortalece as ambições mundiais da Organização das Nações Unidas (ONU) de melhoria da biodiversidade e legitima o papel de protagonismo da Suzano nesse tema.

Com o planejamento em dia, a empresa pretende manter a excelência do que vem sendo construído dentro de casa e, paralelamente, ampliar as parcerias multissetoriais para ganhar expressão em território nacional. Com isso, buscaremos ser referência na preservação de nosso capital natural e em outros temas de maior impacto para o país.

O Programa de Restauração Ambiental da Suzano também foi reconhecido como uma boa prática em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, e passou a integrar a seleta publicação “Inspiring Examples to Drive Change“, que reúne 16 casos de sucesso realizados pelo mundo. O programa possui uma das mais eficientes estratégias de conservação da biodiversidade e de restauração ambiental do país e, com o emprego de técnicas e metodologias customizadas, resultou no plantio de aproximadamente 11 milhões de mudas nativas em um período de dez anos. Os plantios aconteceram em mais de 39 mil hectares de áreas degradadas, distribuídas em três biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Tríplice parceria

Suzano, WWF e Procter & Gamble (P&G) uniram esforços para o estabelecimento de cooperação para a recuperação de ambientes degradados e maior autonomia para as famílias agricultoras do estado do Espírito Santo. Iniciada em fins de 2020, a empreitada deu início com um grande mapeamento de áreas vulneráveis do estado que sofrem pressão por desmatamento e redução da disponibilidade hídrica. Também contou com a celebração de parcerias locais para ganho de escala. Com as áreas priorizadas, a cooperação avança em 2021 com o fortalecimento das culturas agrícolas locais através de técnicas agroecológicas e da transferência de conhecimento para as famílias agricultoras em prol da conservação. Com isso, nossa companhia, WWF e P&G promoverão, juntas, territórios mais resilientes, geradores de riquezas financeiras e de serviços ecossistêmicos cada vez maiores e melhores.

Entre os melhores do mundo

Nosso modelo de restauração ambiental foi considerado, pela ONU, um dos 15 projetos mais transformadores do Brasil em relação à sustentabilidade econômica, social e ambiental de todo o mundo. A seleção foi feita por especialistas em desenvolvimento sustentável da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à ONU, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do governo federal. No total, o grupo avaliou 131 estudos, sendo que 66 casos foram escolhidos para compor uma publicação chamada “Big Push para a Sustentabilidade“. Entre eles, foi dado destaque também para o Programa de Desenvolvimento Rural Territorial (PDRT) da Suzano.

Nascentes do Mucuri

Criada em 2017, a iniciativa tem por objetivo promover a conservação ambiental e segurança hídrica através do empoderamento das famílias para uma agricultura mais sustentável e ações de recuperação de áreas degradadas. O rio nasce no nordeste de Minas Gerais, uma das regiões mais carentes do estado, e deságua no sul da Bahia, percorrendo, ao todo, 446 quilômetros em uma área com cerca de 15.400 quilômetros quadrados e 537 mil habitantes. Nesse contexto, acreditamos que a recuperação de áreas degradadas para uma maior segurança hídrica só é possível se o planejamento contemplar não somente as áreas naturais, mas também as produtivas. Portanto, o Nascentes do Mucuri tem por metodologia promover a transição agroecológica nas culturas agrícolas e de pecuária existentes na região, promovendo maior autonomia das famílias agricultoras e incentivando-as a conservar suas áreas naturais e nascentes de água.

Ao final de 2019, esta era uma iniciativa em plena expansão. Porém, em 2020, com a pandemia, e em respeito à saúde das famílias agricultoras, reduzimos a intensidade dos trabalhos no campo.

Mais proteção para a Mata Atlântica

Assim como existem os planos diretores para as cidades, a estrutura jurídica brasileira prevê planos diretores para biomas como a Mata Atlântica. Nesse sentido, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, a Suzano vai desenvolver 30 planos municipais para esse bioma, que é reconhecido como um dos mais biodiversos do mundo. É o projeto Planos da Mata. Assim, nos próximos dois anos, o papel da empresa no âmbito do projeto será principalmente compartilhar seu conhecimento em planejamento e gestão ambiental com ONGs e prefeituras dos 30 municípios situados na região da Mata Atlântica.

Resultados de 2020

76
propriedades
rurais
visitadas

489
pessoas
mobilizadas

72
nascentes
em restauração

1.464
horas dedicadas
à educação socioambiental

Rio Mucuri (BA). Foto: Ricardo Teles

Compromissos ambientais

Reduzir em 70% os resíduos industriais enviados para aterro, transformando-os em subprodutos, é uma das metas assumidas pela Suzano até 2030. Para alcançá-la, a empresa passa a contar com importantes reforços em sua operação industrial. Como exemplo, em 2020 investimos cerca de R$ 40 milhões na construção de duas centrais de tratamento de resíduos e compostagem, que serão inauguradas no início de 2021.

Na unidade de Três Lagoas (MS), a companhia terá uma central de corretivos de solo, na qual os resíduos industriais são enriquecidos e aplicados nos plantios como nutrientes, auxiliando no equilíbrio de pH do solo e, em consequência, no desenvolvimento das plantas. Em Imperatriz (MA), o sistema é semelhante. Desse modo, o excedente será vendido para produtores rurais de culturas variadas na região.

Com relação ao uso da água nas operações industriais, em 2020 foram mapeados projetos de melhoria no uso desse recurso para cada unidade, a serem implementados até 2030 para atingimento da Meta de Longo Prazo – reduzir em 15% a água captada na área industrial. Para a construção desse mapeamento, a Suzano realizou pesquisas de melhores práticas, de balanços hídricos e ferramentas de gestão, além do levantamento de possíveis projetos de inovação, por meio do programa i9 Foco em Água. O i9 Foco é um programa de inovação que incentiva os colaboradores a compartilhar ideias de melhorias relacionadas a temas específicos. No i9 Foco em Água, a equipe operacional foi estimulada a apresentar sugestões que possam implicar a redução do consumo de água nas unidades.

Além disso, considerando a curva de redução de água esperada até 2030, foram definidas metas anuais para cada unidade industrial, com acompanhamento mensal dos resultados. Eventuais desvios são tratados de acordo com as ferramentas de gestão adotadas no modelo de Excelência Operacional Suzano. Dessa forma, os resultados são divulgados mensalmente aos(às) colaboradores(as) das unidades, gerando, assim, comprometimento com o tema.

Unidade Imperatriz (MA). Foto: Márcio Schimming

Eficiência energética

Dois projetos relacionados ao aumento de exportação de energia foram destaque em 2020. O primeiro deles, o Thor, é uma ferramenta que recomenda, através de algoritmos e em tempo real, a melhor alocação do vapor disponível para cada turbina, otimizando a geração de energia. Foi desenvolvido em conjunto com a equipe de Digital para a fábrica de Três Lagoas e, em seguida, começou a ser implementado nas demais plantas da Suzano. Assim que estiver rodando plenamente, o projeto deve gerar ganho de de 7,75 MWm no ano de 2021.

O segundo projeto foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a geração específica de vapor das caldeiras das unidades industriais por quantidade de combustível consumido, possibilitando maior geração de energia elétrica. As oportunidades encontradas e os ganhos capturados variam de acordo com cada instalação, ou seja, são específicos para cada unidade. Para conhecer os principais desafios enfrentados pelas unidades e as perspectivas para 2021, acesse a Central de Indicadores.

Exportação de energia

Em 2020, a Suzano exportou, em média, 193 MWm de energia de fonte renovável à rede, valor aproximadamente 12,9% superior ao de 2019 (considerando 50% da energia exportada pela Veracel, joint venture entre Suzano e Stora Enso). Com isso, a empresa avança em sua meta de aumentar em 50% a exportação de energia renovável até 2030, contribuindo para a ampliação do grau de renovabilidade da matriz elétrica brasileira. Saiba mais no item Metas de Longo Prazo.

Nossas certificações

A gestão das certificações da companhia é segmentada entre nossas operações florestais e industriais, atestando a nossa conduta socioambiental responsável em cada uma das etapas de nossa cadeia produtiva.

Nossas certificações florestais buscam, principalmente, zelar pelo bom uso dos recursos naturais e por relações humanas de qualidade, respeitando os aspectos ambientais, sociais e econômicos das regiões em que operamos. Atualmente, 83% das áreas de plantio da empresa são certificadas*.

Nossas certificações industriais, por sua vez, evidenciam o emprego das melhores práticas na gestão de processos em nossas unidades fabris, garantindo, de maneira equilibrada, a geração de valor, a inovação e a eficiência em nossas operações. Para saber mais sobre a gestão desse tema na companhia, acesse nossa Central de Indicadores.

Certificações florestais:

  • FSC® (Forest Stewardship Council®)** – manejo florestal
  • PEFC/Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal) – manejo florestal

Certificações industriais:

  • FSC® (Forest Stewardship Council®)*** – cadeia de custódia
  • PEFC/Cerflor (Programa Brasileiro de Certificação Florestal) – cadeia de custódia
  • ISO 9001 – qualidade
  • ISO 14001 – gestão ambiental
  • OHSAS 18001 – saúde e segurança

* Para efeito de cálculo do percentual de áreas de plantio certificadas, são consideradas exclusivamente áreas operacionais, onde ocorre o plantio de eucalipto sob a gestão da Suzano, sendo excluídas áreas de fomento, áreas repassadas aos fundos de investimentos e áreas que no planejamento de suprimentos não são consideradas para abastecimento das unidades industriais (como as áreas localizadas no Piauí e em Urbano Santos).
** Códigos de licenças manejo florestal FSC-C110130, FSC-C118283, FSC-C100704, FSC-C009927 e FSC-C155943.
*** Códigos de licenças cadeia de custódia FSC-C010014.

Cachorro-do-mato ou lobinho, no Mato Grosso do Sul. Foto: Araquém Alcântara

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: MATURIDADE E COMPROMISSO

O tema de mudanças climáticas é igualmente complexo e estratégico para a Suzano. Complexo porque, ao mesmo tempo que representa um grande desafio para a sociedade, empresas e organizações, ainda estão sendo estudados e desenvolvidos metodologias e sistemas para quantificar emissões e remoções de maneira mais precisa. Estratégico, porque a companhia possui uma das maiores bases florestais do mundo, entre plantios de eucalipto e áreas conservadas e, com isso, deseja fazer parte das soluções para a problemática de mudança do clima, liderando, entre outras questões, a criação de um mercado de carbono.

Na Suzano, segundo a metodologia Enterprise Risk Management (ERM), o tema de mudanças climáticas também se configura um de nossos principais riscos. Assim, do ponto de vista de tecnologia florestal, por exemplo, após uma ampla revisão com esse viés, um roadmap tecnológico com ações para quantificar o risco e os impactos sobre a produtividade florestal será elaborado, focando em ações para formação de florestas resilientes e reposicionamento de base florestal.

Ainda nesse contexto, o ano de 2020 foi marcado pelo aprofundamento do tema de mudanças climáticas a partir da divulgação das Metas de Longo Prazo. Entre os movimentos realizados na empresa para que o assunto ganhasse ainda mais relevância e abrangência, destacamos a aproximação da área de Sustentabilidade com áreas-chaves da companhia por meio de fóruns, reuniões, treinamentos e participação em workshops. Nesses encontros, os(as) profissionais da Suzano tiveram a oportunidade de conhecer mais sobre aspectos técnicos, entender o papel da companhia nesse movimento, conhecer melhor a sua performance e identificar as oportunidades de contribuição para o tema, interna e externamente, de modo que o assunto mudanças climáticas passe a ser uma questão que extrapole a área ambiental e permeie o dia a dia da empresa inteira.

Outra iniciativa que merece destaque é a criação do grupo de trabalho (GT) que reúne representantes das áreas de Sustentabilidade, Relações Corporativas, Novos Negócios, Finanças e Tecnologia e Inovação, empenhados em discutir o protagonismo da Suzano nessa temática interna e externamente. Dependendo da pauta, outras áreas são também convidadas a participar das discussões e frentes de atuação. Uma das grandes oportunidades que estão sendo trabalhadas por esse GT é a participação da empresa no mercado voluntário de carbono, ofertando créditos que tragam benefícios, além da remoção de gases de efeito estufa (GEEs), a outras organizações (que tenham compromissos de redução das suas emissões). Queremos compartilhar os nossos objetivos e os ganhos já conquistados com empresas que também estão comprometidas com o desenvolvimento de uma economia menos carbono intensiva.

Em linha com o objetivo da Suzano de ser reconhecida como líder e agente transformador no desenvolvimento combinado de soluções inovadoras e sustentáveis, o CEO e os Diretores Industriais, de Sustentabilidade e de Relações Corporativas passaram a ter em seu rol de metas (atreladas à remuneração variável) aquelas específicas relacionadas à estratégia de mudanças climáticas da companhia. Isso cascateia, em 2021, ao longo da estrutura organizacional, chegando, por exemplo, às gerências executivas de Riscos e de Novos Negócios e Inventário Florestal.

Outro importante avanço é o desenvolvimento de uma Estratégia de Mudanças Climáticas Multidisciplinar, que ainda está em construção. Essa estratégia leva em consideração as recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosure (TCFD) e também nosso papel diante das necessidades de mitigação e adaptação climática, de cenários regulatórios futuros e do nosso compromisso com o tema.

Atuamos para criar um modelo de negócio resiliente (trabalhando com adaptação, o que envolve respostas práticas aos impactos atuais e potenciais da mudança de temperatura, objetivando minimizar eventuais perdas e danos) e catalisador de oportunidades (incorporando o carbono integralmente como variável fundamental em nossas operações). Como objetivo final desse modelo está a geração de valor compartilhado, visto que trabalhamos para ofertar soluções reais, voltadas para a transição para uma economia de baixo carbono. Nossas metas, que são condizentes com preceitos científicos, foram estruturadas de maneira mais substantiva se comparadas às metas do Acordo de Paris.

Coruja-buraqueira, no Mato Grosso do Sul. Foto: Araquém Alcântara

Desafios internos

Os indicadores de desempenho relacionados às emissões de GEEs estão bem estabelecidos. O grande desafio, porém, é internalizar toda a metodologia na companhia, para que as áreas não só se apropriem dos sistemas de mensuração e da análise de dados, mas também entendam a dimensão do cumprimento das metas até 2030. Dada a relevância desse aspecto, em 2020 a Suzano trabalhou na sistematização da coleta de dados para os cálculos de emissões da companhia, um projeto que envolveu cerca de 170 pessoas.

Além de simplificar o dia a dia das coletas de informações, o objetivo é ter uma gestão de dados que contribua para uma análise crítica das emissões e, com isso, gere indicadores mais robustos para as áreas acompanharem e ajustarem suas estratégias. Assim, em uma visão global, espera-se que cada
parte do negócio envolvida possa contribuir no alcance das metas.

Se de um lado temos a gestão das emissões, do outro temos a das remoções. Nesse caso, outra iniciativa da companhia resultou em uma atualização no modelo para cálculo de sequestro de carbono – que considera as características e indicadores da cultura do eucalipto da Suzano e as classificações das áreas de mata nativa – e passou por uma revisão de fatores de remoção aplicados nos cálculos. Os dados e indicadores de remoção por hectare mais comumente conhecidos não contemplam as especificidades de produtividade em solo brasileiro nem fatores de florestas tropicais, cujos volumes de sequestro são maiores se comparados aos das florestas temperadas.

A metodologia de cálculo de remoção foi verificada por terceira parte, e seus resultados estão disponíveis na Central de Indicadores.

avanços na gestão da água em 2021

A Suzano vem investindo em um portfólio de projetos que visam a redução do consumo de água em todas as unidades industriais. Neste ano, daremos prioridade aos estudos de engenharia e de viabilidade técnica e econômica para cada iniciativa, considerando a importância estratégica para atingimento da Meta de Longo Prazo.

Máquina forwarder empilhando as toras de eucalipto após a colheita, no Mato Grosso do Sul. Foto Araquém Alcântara

Nossas parcerias

A Suzano tem buscado colaborar em diferentes fóruns. No Brasil, mantém firmes as parcerias com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), o Pacto Global, a Coalização Brasil Clima, Florestas e Agricultura e a Associação Brasileira de Árvores (Ibá). A companhia também integra um Grupo de Trabalho do GHG Protocol, que tem trabalhado para propor novas metodologias de contabilização de emissões e remoções relacionadas ao uso da terra, com o objetivo de acompanhar e contribuir para o desenvolvimento dessa referência mundial.

Em 2020, a Suzano aderiu também ao Climate Action 100+. Essa é uma iniciativa global de investidores(as) que, juntos(as), representam mais de US$ 52 trilhões de ativos combinados sob gestão e manifestam interesse em engajar empresas na construção de uma sólida governança de mudanças climáticas, incluindo um plano de ação rumo à neutralidade em carbono até 2050 e à transparência dos indicadores relacionados ao tema.