Franciele Albino, auxiliar de Produção, Unidade Limeira (SP). Foto: Márcio Schimming

Relacionamento com
o governo e a sociedade
civil organizada

O diálogo frequente com a sociedade por meio de instituições, organizações e governos sempre foi uma prática da Suzano. Em 2020, a companhia ampliou ainda mais a comunicação com o poder público, em todas as esferas, para apoiar no combate ao coronavírus. O resultado das ações comprovam que as empresas têm um papel fundamental na mobilização e na transformação da sociedade.

Tema material presente no capítulo:

PROTAGONISMO DE SOLUÇÕES
GRI 103-1, 103-2, 103-3

A operação da Suzano talvez nunca tenha sido tão relevante como em 2020. Em um período complexo para o mundo, nossa celulose foi matéria-prima para papel higiênico, embalagens de remédios, embalagens de alimentos, aventais, máscaras cirúrgicas e lenços de papel, entre outros produtos essenciais para a sociedade. Como prosseguir garantindo que os nossos produtos chegassem aos seus destinos, beneficiando mais de 2 bilhões de usuários(as) finais? Mais uma vez, a companhia optou pelo diálogo constante, ativo e transparente com todos os stakeholders. Afinal, decisões de lockdown e de paralisação não poderiam afetar nossa cadeia, já que nosso negócio é essencial para a vida das pessoas. Tivemos êxito nas diversas iniciativas e, principalmente, pudemos atuar em um patamar sempre ambicionado pela Suzano – o de mobilização, no qual unimos esforços para encontrar soluções com a sociedade.

Governos brasileiros

No Brasil, tão logo o novo coronavírus foi confirmado, o Supremo Tribunal Federal (STF) delegou aos estados e municípios a decisão sobre como enfrentar a pandemia. A Suzano, então, mobilizou-se para dialogar com o governo federal e demais governantes em suas zonas de influência, ou seja, nos 16 estados e em 88 municípios. Um dos objetivos foi assegurar a disponibilidade da empresa em contribuir com as iniciativas de apoio à saúde da população. Foi também uma oportunidade para compartilhar protocolos de prevenção, implementar ações e informar acerca dos planos e dos acontecimentos, dando total transparência das ações da companhia e da situação de seus(suas) colaboradores(as) e terceiros(as), tudo feito em conjunto com governos estaduais, municipais, secretarias de Saúde e vigilância sanitária, entre outros órgãos. Assim, antecipamos as respostas às dúvidas que os(as) governantes pudessem ter e apoiamos os municípios a estruturar os próprios protocolos.

Comunicação e ação

No relacionamento direto com os governos dos estados brasileiros, a Suzano identificou carências de hospitais, equipamentos de proteção individual (EPIs) e respiradores. Um dos cenários mais preocupantes era no extremo sul da Bahia e no norte do Espírito Santo, tendo em vista a necessidade da população em relação ao número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para atendimento aos casos de Covid-19. Diante desse sinal de alerta, a Suzano iniciou negociações com o governo baiano para a construção, em parceria com o governo do estado da Bahia, de um hospital de campanha em Teixeira de Freitas, município vizinho a Mucuri, que viria a servir a todo o extremo sul do estado.

Inaugurada em junho de 2020, a unidade conta com 20 leitos de UTI e ocupa uma área de 450 metros quadrados ao lado do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas. O projeto foi viabilizado graças à parceria entre a Suzano, a Veracel Celulose e o governo da Bahia. A iniciativa privada investiu um montante em dinheiro para a construção e montagem da estrutura, e o governo estadual ficou responsável pela manutenção da unidade de saúde. Estava prevista a sua desativação em dezembro de 2020, porém as atividades no local foram prorrogadas até março de 2021, atendendo às necessidades da região.

A Suzano destinou, ainda, cerca de R$ 50 milhões a iniciativas como a compra e doação de 159 respiradores e 1 milhão de máscaras hospitalares, além do repasse de álcool 70%, papel higiênico, fraldas e guardanapos a hospitais públicos e governos nas esferas federal, estadual e municipal. Os equipamentos foram entregues pela empresa ao governo federal e aos governos dos estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pará, Paraná e São Paulo, com distribuição também a algumas municipalidades nas regiões de atuação da empresa. Paralelamente, a Suzano apoiou a produção de 6.500 respiradores em quatro meses no projeto realizado em parceria com a Magnamed.

Suzano no combate à Covid-19

Apoio na construção de um hospital de campanha
na cidade de Teixeira de Freitas (BA)

450 m2 de área de apoio ao Hospital municipal e que serve a todo o extremo sul do estado

20 leitos de UTI foram criados nessa ação de APOIO ao governo estadual da Bahia

Apoio em ações nas esferas
municipais, estaduais e federais

cerca de R$ 50* milhões destinados a compra e doação de:

  • 159 respiradores
  • 1 milhão de máscaras hospitalares
  • e repasse de álcool 70%, papel higiênico, fraldas e guardanapos

6.500 respiradores produzidos em quatro meses pela magnamEd com o apoio da Suzano

*O valor de R$50 milhões é referente aos investimentos realizados no combate à pandemia em 2020. Continuamos atuando fortemente em 2021. O valor atualizado, assim como todas as ações realizadas, estão disponíveis no site: https://www.suzanocontraocoronavirus.com.br/

PARTICIPAÇÃO EM FÓRUNS E ORGANIZAÇÕES
GRI 102-13

Em 2020, a Suzano aderiu à ação coletiva Call to Action (Chamada para Ação), organizada pela Business for Nature, comunidade global que reúne organizações e 30 empresas de 11 países que atuam em favor da conservação da natureza. A iniciativa busca mobilizar empresas de todo o mundo para evoluírem em suas práticas em prol da diversidade biológica, além de incentivar os governos a criar políticas públicas que contribuam para reverter a degradação da biodiversidade nesta década – que é denominada a Década de Restauração dos Ecossistemas (2021-2030), segundo a ONU – e promover o desenvolvimento sustentável.

Para apoiar essa agenda, o World Economic Forum promove a 1t.org, de cujo Conselho Consultivo a Suzano faz parte. O objetivo da plataforma é conectar líderes em reflorestamento com líderes em ciência, tecnologia, negócios, política e finanças para reflorestar os biomas na Ásia, África e Américas.

No Brasil, uma das formas pelas quais a Suzano reforça a importância da biodiversidade em suas estratégias de negócio é por meio do Compromisso Empresarial Brasileiro para a Biodiversidade, lançado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). Como parte do movimento Business for Nature, o compromisso define nove metas até 2030 com foco nos pilares de prevenção, mitigação, compensação e geração, além do compartilhamento de informações.

Conexão China-Emirados Árabes-Brasil

Quem imaginaria a complexidade envolvida na importação de respiradores e máscaras hospitalares da China, país onde a Suzano mantém operações? Não há voos diretos da China para o Brasil. Essa distância requer escala em algum país, num ambiente em que confiscos desse tipo de mercadoria ocorrem com frequência. Foi necessário estabelecer uma rota segura até o Brasil e também dentro do território nacional. Tudo se viabilizou por meio de um acordo com os Emirados Árabes, além da articulação com o governo federal e os sete estados para os quais os itens médicos foram doados, o que garantiu a chegada segura dos itens médicos a seus destinos.

Tatupeba é um animal frequentemente observado nas florestas da Suzano no Mato Grosso do Sul. Foto: Araquém Alcântara

Por uma agenda sustentável no Brasil

A Suzano é uma das 40 empresas signatárias do Comunicado do Setor Empresarial Brasileiro, documento que defende a agenda do desenvolvimento sustentável e o combate ao desmatamento na Amazônia. Além de empresas de diferentes setores da economia, o movimento, encabeçado pelo CEBDS, reúne entidades de vários setores da economia. A carta foi endereçada à Vice-Presidência da República e ao Conselho Nacional da Amazônia Legal, presidido pelo vice-presidente Hamilton Mourão, e protocolada posteriormente no Supremo Tribunal Federal (STF), no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Procuradoria-Geral da República (PGR).

O documento destaca eventuais impactos nos negócios ocasionados pela percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais. Ele indica também ações imediatas a serem adotadas para aplacar as reações negativas de investidores e consumidores estrangeiros ao país, assim como defende que é preciso redirecionar os investimentos para enfrentamento e recuperação da economia brasileira em um modelo de economia inclusiva, circular e de baixo carbono.

Desmatamento zero

Categoricamente a Suzano não desmata. Além de preservar importantes fragmentos de mata nativa e restaurar áreas previamente degradadas, a empresa utiliza seu vasto conhecimento em manejo florestal e as tecnologias mais avançadas para aumentar a capacidade produtiva dos clones de eucalipto, ocupando exatamente o mesmo território de que dispõe para o cultivo de suas árvores. Em 2020, como forma de ampliar o campo de influência em relação a esse tema fundamental, fundamental (entre outros objetivos) desenvolvemos uma Política de Suprimentos de Madeira, na qual nos comprometemos a uma política de desmatamento zero, e passamos a publicar relatórios anuais da companhia especificamente sobre o assunto.

Carbono, uma questão estratégica

GRI 103-1, 103-2, 103
A Suzano acredita que um dos principais incentivos para a restauração e preservação das florestas nativas está na criação de um mercado regulado de carbono, global, articulado e de larga escala. O Brasil tem condições de assumir um papel de protagonismo nas discussões ambientais rumo a uma economia de baixo carbono. Acreditamos que, para alcançar um novo papel na geopolítica mundial, o país precisa, como nação, demonstrar seu compromisso com o desmatamento ilegal zero. Esse é um ponto fundamental para o avanço na trajetória de criação do mercado global de carbono, um instrumento efetivo de proteção contra o desmatamento e uma fonte de recursos que poderia ser convertida em benefícios à população e ao território brasileiro como um todo.

A Suzano segue dialogando com o setor produtivo, a sociedade civil, o Ministério da Economia e o Itamaraty, na expectativa de que uma comissão interna seja formada e que a construção de um marco legal para o mercado de carbono brasileiro avance em 2021. A empresa também intensificou a comunicação com autoridades internacionais, buscando apoiar o caminho até que seja encontrado um ponto de equilíbrio nas discussões finais relacionadas ao Acordo de Paris. Estamos atuando em todas essas frentes e esperamos que o alinhamento entre os países se concretize em novembro de 2021, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow, na Escócia.