Laila dos Santos Carneiro, participante do projeto Cerâmica Vargem do Tanque, em Cunha (SP). Foto: Márcio Schimming

Leitor
EXTERNO

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A seguir está o depoimento de Tasso Azevedo.

Tasso Azevedo

Engenheiro florestal, consultor, conselheiro e empreendedor social em sustentabilidade, floresta e clima. Coordenador do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG) e do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo no Brasil (MapBiomas), colunista de O Globo. Acadêmico visitante do Brasil Lab da Universidade de Princeton. Foi Diretor Geral do Serviço Florestal Brasileiro, Diretor Executivo do Imaflora e curador do Blog do Clima. Recebeu o prêmio Bright Award da Universidade de Stanford.

O ano de 2020 foi de grandes desafios para todos: governos, empresas e sociedade civil. A pandemia de Covid-19 impôs uma mudança profunda e radical da forma de planejar e operar as organizações.

Em um ano de enormes perdas de vidas humanas, a Suzano cumpriu o papel que se espera da maior empresa do agronegócio brasileiro, agindo para se adaptar às condições impostas pela pandemia ao mesmo tempo que se solidarizou e agiu para apoiar grupos mais vulneráveis da sociedade.

Por outro lado, é salutar que mesmo no meio deste turbilhão a empresa manteve o olhar para o longo prazo com o lançamento de metas ambiciosas para agenda de clima, conservação de recurso hídricos e ampliação da diversidade. Destaque importante para a remoção líquida de 40 milhões de toneladas de CO2 até 2030 incluindo emissões diretas e indiretas (escopos 1, 2 e 3), portanto muito além dos cada vez mais comuns compromissos de zerar as emissões até meados do século.

Se esse compromisso inspirar todo o setor agropecuário é possível que o Brasil deixe de ser um dos maiores emissores de gases de efeito estufa para se tornar um contribuinte líquido para remoções muito antes de 2050.

Outro ponto de destaque é a meta de substituição de 10 milhões de toneladas de plásticos derivados de petróleo por substitutos de origem renovável até 2030. Esse volume equivale a quase um ano da produção atual de plásticos no Brasil. A substituição dos derivados de petróleo e gás é um dos grandes desafios da transição para uma economia de baixo carbono. Particularmente interessante é a iniciativa de desenvolver um biopetróleo para substituir o petróleo aproveitando a infraestrutura de refinarias já existente.

A política de disclosure em relação ao compromisso do desmatamento zero também merece destaque. A empresa publicou relatório analisando todos os eventos de desmatamento identificados em suas áreas por análises independentes (MapBiomas e SOS Mata Atlântica) e destacando as ações tomadas em relação a cada evento. Os casos identificados são todos resultados de invasões de terceiros nos estados da Bahia, Espírito Santo (6 ha) e Maranhão (114 ha). Esse nível de transparência e clareza serve de benchmark para todo o setor rural brasileiro.