Claudia Pavaneti dos Santos, participante do Programa de Desenvolvimento Rural Territorial (PDRT), em Nova Viçosa (BA). Foto: Márcio Schimming

Relacionamento com a
comunidade

A Suzano acredita que as empresas são importantes agentes de transformação da sociedade. E diante de um cenário tão desafiador, provocado pela Covid-19, a companhia agiu com rapidez e foco para apoiar as comunidades, sem deixar de lado sua estratégia social e os projetos já existentes.

Tema material presente no capítulo:

MAIS PRÓXIMOS DAS COMUNIDADES
GRI 103-1, 103-2, 103-3

No início de 2020, a expectativa da Suzano era se dedicar à evolução de estratégias e processos sociais, além de dar continuidade aos seus projetos e programas já existentes relacionados ao tema. A pandemia de Covid-19, no entanto, acabou imprimindo um caráter complexo e de urgência principalmente no que tange ao relacionamento da companhia com as comunidades.

O primeiro grande desafio nesse sentido foi entender como a empresa deveria encarar o problema. Baseados(as) em análises do cenário mundial e das centenas de compromissos que mantemos com as localidades vizinhas às nossas operações, decidimos preservar recursos e nossa capacidade de atendimento às comunidades, considerando a possibilidade de uma crise prolongada.

De um lado, demos continuidade aos programas e projetos e concentramos esforços no desenvolvimento de novas metodologias e novas formas de atuação. Paralelamente, e a partir de parcerias e do engajamento com as comunidades, nos debruçamos sobre o maior número possível de ideias, a fim de fazer frente aos impactos sociais e econômicos da pandemia nas regiões mais vulneráveis onde estamos presentes. Essa força-tarefa resultou em um conjunto de iniciativas chamadas de Ações Emergenciais, que beneficiaram 55.028 pessoas, em um total de 8 estados (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Maranhão, Pará e Tocantins), além da construção de hospital de campanha no extremo sul da Bahia e de centenas de doações de equipamentos e itens utilizados na prevenção da doença (veja no quadro abaixo). A distribuição dos materiais foi realizada pela Suzano em conjunto com os governos, incluindo regiões onde a companhia atua. Para isso, levou-se em consideração a necessidade de cada estado e município, assim como a própria estratégia de combate à Covid-19 estabelecida pelas autoridades de saúde.

Sabemos que, em 2021, o cenário imposto pela pandemia seguirá desafiador. Existem, no país, aproximadamente 2,9 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza, de acordo com o estudo da estimativa da população 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Suzano tem clareza de seu papel na construção conjunta de soluções transformacionais na sociedade.

Ações emergenciais

Em 2020, lançamos um conjunto de ações emergenciais destinadas a três alvos principais: municípios prioritários; grupos e instituições com reduzidas alternativas de renda no momento; e comunidades vizinhas (urbanas e rurais) com alto grau de vulnerabilidade socioeconômica. As iniciativas foram planejadas com o objetivo de gerar trabalho e renda, combater o contágio pelo vírus e facilitar o acesso das famílias ao apoio do governo federal e dos estados. As comunidades mantiveram-se engajadas e participantes ao longo de todo o processo, em um clima de muita cooperação.

Confira os resultados de cada ação e os estados beneficiados:

Edital Emergencial

  • R$ 600 mil de investimento em projetos de resposta rápida aos impactos causados pela pandemia, com duração de três meses
  • 70 localidades atendidas em 5 estados (BA, ES, MG, MA e PA)
  • Apoio a pequenos negócios e organizações locais e regionais
  • Parceria com o Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio)
  • 469 projetos recebidos
  • 53.469 pessoas atingidas pelos 121 projetos aprovados e concluídos até dezembro de 2020

Máscaras de proteção

(em parceria com outras empresas)

  • 498 mil máscaras produzidas pelas comunidades para comercialização
  • R$ 900 mil de renda gerada
  • 30 comunidades ENVOLVIDAS NOS ESTADOS BA, ES, SP, MS, MA, TO e PA
  • 332 costureiras envolvidas

Cestas Delivery

  • 37.564 cestas comercializadas e entregues por agricultores(as) a moradores(as) locais
  • Mais de R$ 1,1 milhão de renda total gerada
  • 310 agricultores mobilizados de 39 COMUNIDADES SITUADAS EM DIFERENTES ESTADOS (BA, ES, MA, MS e SP)
  • 08 toneladas de alimentos comercializadas

Acesso a políticas públicas

Durante a pandemia, boa parte das famílias que atendemos em nossos programas foi diretamente impactada, seja por redução de opções de mercado consumidor para seus produtos, seja por dificuldade de receber informação confiável sobre benefícios ofertados por municípios, estados e governo federal. Assim, as equipes técnicas dos nossos programas estabeleceram um plano para manter tais famílias sempre orientadas, garantindo, assim, o acesso delas ao auxílio emergencial e a cartilhas orientadoras com medidas de prevenção com foco em públicos específicos, como agricultores(as), pescadores(as), quilombolas e indígenas. Apoiamos, ainda, a elaboração de projetos pelas associações submetidos a editais emergenciais lançados pelos governos, como o Bahia Produtiva (governo da Bahia) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA – governo federal).

  • 1.000 famílias acompanhadas
  • 90 associações DE DIFERENTES ESTADOS (BA, ES, MA, PA e TO)
  • R$ 400 mil captados e 8 projetos aprovados no edital Bahia Produtiva
  • R$ 1 milhão captados, 65 famílias beneficiadas e 16 projetos aprovados por meio do Programa de Aquisição de Alimentos

TERRITÓRIOS RESILIENTES
GRI 103-1, 103-2, 103-3

Desde que a Suzano definiu sua estratégia social, o processo qualificado de geração de renda vem se fortalecendo ano a ano. Agora, com as Metas de Longo Prazo divulgadas em fevereiro de 2020, foi estabelecido um novo patamar de desempenho social a ser alcançado pela companhia, exigindo ganho de escala e abrangência. Isso porque dois dos compromissos estão diretamente ligados à geração de renda e à educação, importantes eixos para os quais, de mãos dadas com as comunidades, queremos construir soluções inovadoras e sustentáveis.

Em linha com esses compromissos, nos organizamos para construir e debater a evolução da estratégia Territórios Resilientes, cujo objetivo é utilizar todo o conhecimento construído pela Suzano e pelos demais atores presentes nas regiões de atuação da companhia, ao longo dos anos de relacionamento comunitário, para influenciar processos e políticas públicas que beneficiem um número cada vez maior de pessoas e regiões.

  • O que é território para a Suzano
    Conjunto de municípios com relações de proximidade sobre os quais a Suzano mantém influência econômica, social, política, ambiental e/ou cultural.
  • O que são territórios resilientes?
    São territórios socioeconomicamente diversos, menos vulneráveis e mais preparados para lidar com mudanças, complexidades, crises e perturbações múltiplas (de caráter econômico, ambiental, tecnológico, social ou político), evitando colapsos econômicos e preservando sua base de recursos, sendo por isso mais sustentáveis no longo prazo.
  • Como se desenvolve a resiliência de um território?
    É fundamental uma atuação sistêmica da Suzano, que considere não só toda a sua influência e impacto operacional, institucional, ambiental e social, mas também a sua capacidade de se conectar com os demais atores sociais relevantes, por meio de parcerias estratégicas que alavanquem as potencialidades locais e criem ambientes de cooperação mútua. Uma empresa, no caso, pode ser articuladora do processo, mas jamais a líder. A liderança tem que estar no território.

O desenvolvimento de uma região não se resume exclusivamente à realização de programas socioambientais. A empresa tem que entender o conjunto de seu impacto no território, que vai além do retorno positivo desses projetos. Fatores como a preparação de mão de obra qualificada, a arrecadação de impostos e a gestão adequada do relacionamento com fornecedores contribuem para a resiliência do território e a retirada de pessoas da linha da pobreza. A Suzano pretende, nesse sentido, aproveitar toda a experiência adquirida com projetos como os programas de geração de renda, que hoje beneficiam cerca de 4 mil famílias, para influenciar o Estado e, assim, estabelecer parcerias nos territórios que visem um maior alcance e capilaridade das iniciativas.

As unidades Aracruz (ES) e Mucuri (BA) iniciaram o piloto de Territórios Resilientes, em dezembro de 2020, por serem muito desafiadoras sob o ponto de vista social. As demais unidades deverão receber o projeto ao longo de 2021.

Domingos Rodrigues, participante do Programa de Desenvolvimento Rural Territorial (PDRT), na Comunidade de Córrego do Macuco, em Conceição da Barra (ES). Foto Márcio Schimming

Índice inédito

Outro conceito fortemente trabalhado pela Suzano em 2020, e que complementa a estratégia de território resiliente, relaciona-se ao Índice de Pobreza Multidimensional. O indicador busca entender quais aspectos influenciam ou reforçam a situação de vulnerabilidade das pessoas, como educação, acesso a serviços públicos e qualidade de moradia.

Nosso compromisso público de retirada de pessoas da linha da pobreza é relacionado à pobreza econômica – pobreza monetária domiciliar per capita. No entanto, a ideia é que a Suzano amplie essa visão nos próximos anos, a partir do indicador de pobreza multidimensional. O conceito já é utilizado pelo Banco Mundial, mas ainda não há referências de empresas que tenham desenvolvido o instrumento. Por isso, vamos estabelecer os parâmetros e todas as regras de governança, processos de rastreabilidade e auditoria para que haja a máxima consistência e transparência na aferição do avanço da meta de retirada das pessoas da linha da pobreza.

CONSTRUÇÃO COLETIVA NAS COMUNIDADES

Organização social e autonomia são a chave para que as comunidades equacionem as suas demandas socioeconômicas e evoluam no longo prazo. A companhia compartilha conhecimento e informações com as partes envolvidas e, a partir disso, estabelece uma visão comum para o desenvolvimento de determinada comunidade e região, baseando-se em priorização das iniciativas e definição de papéis e responsabilidades.

A Suzano entende que o engajamento comunitário pressupõe construção coletiva e, por isso, investe em grupos, nunca em indivíduos. Assim, em parceria com a população local e pautados(as) pelo diálogo e pela transparência, executamos planos de ações voltados para as comunidades e os monitoramos ano a ano, além de termos um plano de transição de curto, médio e longo prazos, que expressa onde as famílias e comunidades querem estar num horizonte de cinco anos. Vale reforçar que todas as ações resultam de um acordo, no qual a Suzano assume investimentos diretos ou o papel de advocacy, dependendo de cada situação.

Ainda, à medida que os grupos com os quais trabalhamos ganham protagonismo e autossuficiência, a ideia é que a empresa reduza os investimentos em estruturas e equipamentos. Assim, ao final do processo, esperamos ter estabelecido uma relação qualificada entre a Suzano e a comunidade, com aprendizados e benefícios para todos(as) os(as) envolvidos(as).

As metodologias de relacionamento da Suzano com as comunidades seguem diretrizes que podem ser encontradas na Central de Indicadores.

Jussara Aparecida Veloso, participante do Programa Colmeias – COAPIS Sorocaba (SP). Foto Márcio Schimming

Programa Suzano de Educação

O Programa Suzano de Educação (PSE) foi lançado em 2020. Trata-se de uma iniciativa que investe na melhoria do ensino público, por meio do desenvolvimento profissional das equipes das secretarias de Educação, gestores escolares e professores(as), bem como no engajamento das famílias e comunidades no projeto de educação para o território.

Em seu primeiro ano, o PSE conseguiu estar presente em 29 municípios de 6 estados brasileiros (Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará e São Paulo), atendendo 898 escolas e beneficiando 11.713 educadores(as) e 205.504 crianças e jovens. Com esses resultados positivos, a ideia é expandir o programa nos próximos anos. Veja mais informações na Central de Indicadores.

Carlimar Souza Santos, fabricante da Farinha Gentil e participante do Edital Emergencial 2020, em Alcobaça (BA). Foto Márcio Schimming

Relacionamento com quilombolas e indígenas

O relacionamento da Suzano com comunidades quilombolas acontece de maneira mais intensa nos estados do Espírito Santo e da Bahia. Além disso, a companhia mantém uma série de iniciativas e diálogo aberto com mais de 12 tribos indígenas. Para conhecer mais sobre esse tema, acesse a Central de Indicadores.

Ecofuturo: conhecimento e conservação ambiental

Em linha com a estratégia de sustentabilidade e reforçando os compromissos socioambientais da Suzano, o Instituto Ecofuturo – organização fundada pela companhia em 1999 – desenvolve ações focadas na conservação ambiental e promoção do conhecimento. À frente da gestão do Parque das Neblinas, nossa reserva com 7 mil hectares de Mata Atlântica, em 2020 o Instituto apoiou a realização de duas pesquisas no local, em parceria com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), e com o Instituto de Biociências da USP. Também lançou o minidocumentário “Onde a Natureza Faz História”, para disseminar o trabalho realizado com proprietários rurais do entorno e, ainda, adaptando-se ao cenário, disponibilizou uma plataforma EAD com cursos gratuitos relacionados à educação ambiental e à promoção de leitura. Mais informações estão disponíveis no site do Ecofuturo.