Relacionamento com os (as)
Investidores(as)
GRI 103-1, 103-2, 103-3
GRI 103-1, 103-2, 103-3
Temas materiais presentes no capítulo:
A Suzano é reconhecida pelo mercado por uma governança sólida e robusta e pela comunicação clara e transparente com seus(as) investidores(as). Em 2020, a companhia avançou na agenda ESG, e liderou movimentos importantes em finanças sustentáveis.
O elevado padrão de governança corporativa da Suzano é determinante para uma empresa que busca liderar movimentos da maior importância para o futuro da indústria florestal, do setor e da sociedade. Em 2020, a atuação ética, íntegra e transparente de nosso Conselho de Administração, orientada por políticas consistentes e o vasto conhecimento de comitês de apoio, permitiu à companhia atravessar com sucesso um dos períodos mais desafiadores da humanidade.
Iniciamos o ano empenhados em concluir a integração das operações das antigas Fibria e Suzano Papel e Celulose, o que contribuiu para que a companhia alcançasse uma excelente redução em custos, apesar da enorme pressão em um ano atípico para os negócios. A combinação de volumes altos e custos muito bem controlados, somada à desvalorização do real, fez com que a Suzano obtivesse um desempenho de geração de caixa muito positivo. Pudemos, assim, reduzir nossa dívida líquida em mais de US$ 1 bilhão ao longo do ano.
Os avanços em 2020 também se refletem em algumas iniciativas inéditas, como o lançamento de nosso primeiro Sustainability-Linked Bond, com o qual a Suzano obteve as menores taxas de sua história em captações externas. E, ainda, ao sermos reconhecidos pelos prestigiados Índice Dow Jones de Sustentabilidade – Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets) e Índice de Sustentabilidade Empresarial 2021 (ISE), da B3.
Em 2020, a despeito da pandemia, a Suzano seguiu evoluindo e aprimorando sua governança corporativa. Nesse sentido, a estrutura de governança da companhia se manteve composta de um Conselho de Administração, apoiado por um Conselho Fiscal, pela Diretoria Executiva e por outros cinco comitês de assessoramento. No Conselho de Administração temos sete membros independentes, sendo dois deles mulheres. Para saber mais sobre a composição desses órgãos e suas respectivas funções, acesse a Central de Indicadores ou o site de Relações com Investidores.
Elevados patamares de governança impõem uma criteriosa gestão de riscos. Na Suzano, essa gestão se apoia em três frentes complementares, empenhadas em evitar ou reduzir a probabilidade de ocorrência de riscos nas diversas áreas do negócio. Contamos com uma política de Gestão Integrada de Riscos, aplicável a todas as áreas, na qual são definidos os critérios para identificação, análise, tratamento e monitoramento desses riscos, considerando na avaliação dos riscos o contexto interno e externo. Aqueles definidos como prioritários e seus respectivos planos de ação são acompanhados pela Diretoria, Comitê de Auditoria Estatutário e Conselho de Administração. Para 2021, temos como prioridade lançar o nosso novo Programa de Compliance, baseado nos nove elementos (tone at the top, risk assessment, acompanhamento regulatório, políticas e procedimento, treinamentos e comunicados, gestão de terceiros, monitoramento, gestão de consequências e reporte) e o nosso Programa de Guardiões de Compliance. Para conhecer detalhadamente a estrutura e as ações de gestão de riscos e compliance da companhia, acesse o site de Relações com Investidores e a Central de Indicadores.
A Suzano dispõe de instrumentos que orientam a gestão ética de seu negócio. Entre eles, temos o Código de Conduta, a Política de Ouvidoria, a Política de Medidas Disciplinares e o Regimento do Comitê de Conduta, que estabelecem as diretrizes do processo de governança da companhia. Todos esses documentos tratam do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicáveis à área e ao Canal de Ouvidoria, assim como dos devidos regulamentos, incluindo a previsão de procedimentos específicos e a confidencialidade da informação. Essas normas visam proteger a pessoa que de boa-fé fizer denúncias para preservar os princípios éticos da companhia, garantindo a não retaliação.
O Canal de Ouvidoria é um canal confidencial e independente oferecido aos públicos interno e externo para esclarecimento de dúvidas e encaminhamento de relatos e denúncias sobre questões que possam transgredir o nosso Código de Conduta.
O trabalho é realizado por uma empresa contratada e independente e garante o anonimato, caso seja solicitado pelo(a) denunciante. O recebimento e o controle das manifestações, via internet, funcionam 24 horas por dia e 7 dias por semana, e o acesso pode ser por meio de qualquer computador, tablet ou celular (com internet), clicando aqui.
O canal é válido para as operações da empresa no Brasil e em todas as demais regiões do mundo onde temos escritórios.
As informações são apuradas por pessoas e áreas competentes de forma autônoma e imparcial para identificação da veracidade e aplicação das providências necessárias, não sendo permitida nem tolerada nenhuma forma de retaliação ao(à) denunciante. Para saber mais sobre os mecanismos de queixas e encaminhamento de demandas da Suzano, acesse a Central de Indicadores.
queixas recebidas e endereçadas em 2020:
912
queixas já resolvidas neste período:
870
Em 2020, a Suzano divulgou suas Metas de Longo Prazo e foi além – tornou-se a segunda empresa do mundo, e a primeira companhia das Américas, a vincular um de seus compromissos públicos à gestão de dívidas da companhia. Em tempo recorde, de apenas três semanas, estruturou a emissão de seu primeiro Sustainability-Linked Bond (SLB), um título em que o custo dos recursos financeiros é atrelado a uma (ou mais) meta ambiental e/ou social. No caso da Suzano, a emissão do bônus foi vinculada à meta de redução de 15% da intensidade das emissões de gases de efeito estufa (GEEs) até 2030, o que equivale a 0,181 tCO2e/t de produto. Para viabilizar seu SLB, no entanto, a empresa precisou definir uma meta intermediária, ou seja, de 0,190 tCO2e/t de produto (celulose e papel, -10,9%) até 2025 – quando a companhia estará na metade do período de cumprimento da meta original e da dívida, cujo vencimento ocorre em 15 de janeiro de 2031.
A Suzano foi ao mercado em dois momentos, no dia 10 de setembro, quando captou US$ 750 milhões, e no dia 16 de novembro, ao reabrir as negociações e captar mais US$ 500 milhões. Em ambos, obteve as menores taxas de sua história em captações externas, de 3,95% e de 3,1%, respectivamente, e cupom a 3,75%. Na prática, isso significa que o componente de sustentabilidade reduziu o custo de captação da Suzano. Soma-se a isso o fato de que houve demanda de US$ 7 bilhões na primeira captação, o equivalente a nove vezes o valor da oferta, e US$ 2 bilhões na segunda, o que representa quatro vezes o tamanho da oferta, sinais evidentes da solidez e credibilidade conquistadas pela empresa ao longo dos anos.
Caso não atinja a meta intermediária, a companhia terá um acréscimo de 25 pontos na taxa de juros a partir do segundo semestre de 2025, o que elevará a taxa para 4% ao ano. A média dos volumes de intensidade de emissões obtidos em 2024 e 2025 indicará se a empresa alcançou sua meta e, então, se será penalizada financeiramente nessa transação.
Em fevereiro de 2021, realizamos mais uma ação que une negócios com sustentabilidade. Assinamos um contrato de pré-pagamento de exportação no formato de Sustainability Linked-Loan (SLL) no valor de US$ 1,570 bi. A operação de crédito possui indicadores de performance ambientais associados a metas de redução de intensidade de emissões de gases de efeito estufa e redução de captação industrial de água, em 9,7% e 2,1%, respectivamente, até 2025. Ambos os objetivos estão alinhados com o roadmap da Meta de Longo Prazo sobre Emissões: reduzir as emissões específicas em 15% (emissões escopos 1 e 2) até 2030.
A taxa do financiamento é equivalente à Libor (London Interbank Offered Rate) + 1,15% ao ano. O prazo médio será de 60 meses, com vencimento em março de 2027. No caso de a companhia atingir as metas acordadas, haverá uma redução de até 0,02% ao ano no custo contratado. Os recursos captados serão utilizados para a liquidação antecipada do principal de US$ 1,67 bilhão do contrato de pré-pagamento de exportação formalizado como parte da estrutura de funding para o pagamento da operação de fusão com a Fibria, concluída em janeiro de 2019.
O SLB possui princípios de caráter voluntário, que indicam as melhores práticas para esse tipo de estrutura. São elas: a adequada seleção dos indicadores de performance, a relevância material destes para o negócio do emissor, a calibragem das metas, a transparência e o reporte das operações. Além de selecionar uma meta ousada relacionada a mudanças climáticas e atender às demandas contábeis, jurídicas e de compliance do instrumento, a Suzano foi pioneira ao desenvolver um framework do SLB, documento exclusivo e detalhado sobre os temas de sustentabilidade relacionados à estrutura da transação. O framework foi submetido, também de forma voluntária, a um parecer de segunda parte (second party opinion), feito pela ISS ESG.
A opinião de terceira parte da ISS ESG proporciona aos(às) emissores(as) de títulos de sustentabilidade, verdes e sociais uma avaliação confiável e independente da qualidade, em termos de sustentabilidade, de seus títulos. A experiência vivida pela Suzano na emissão de seu primeiro SLB é uma evidência concreta da confiança que os(as) investidores(as) possuem na capacidade da empresa de reduzir sua emissão específica de gases de efeito estufa. É também um estímulo para a companhia buscar novas oportunidades no âmbito das finanças sustentáveis. Vale ressaltar que algumas empresas do Brasil seguiram o caminho da Suzano e também emitiram seus primeiros SLBs. Uma prova de que, de fato, finanças sustentáveis são um caminho sem volta.
Em outubro de 2020, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendeu seus 150,2 milhões de ações da Suzano, o equivalente a 11% do capital da empresa. A ação foi precificada em R$ 46,00, totalizando aproximadamente R$ 6,9 bilhões. A maior parte dos que compraram as ações não eram nossos(as) acionistas, permitindo maior pulverização do nosso capital e um futuro aumento da liquidez do papel, tanto na B3 como de nossos ADRs na NYSE.
Nossos compromissos com a sustentabilidade e com a geração de valor no longo prazo começam a ser reconhecidos por prestigiados avaliadores externos, com relevante influência na agenda global ESG. Em 2020, a Suzano foi selecionada para compor a carteira 2020-2021 do Índice Dow Jones de Sustentabilidade – Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets) e o Índice de Sustentabilidade Empresarial 2021 (ISE), da B3.
O DJSI é composto de apenas 10% das melhores empresas de cada setor, entre as 800 maiores companhias avaliadas dos 23 países caracterizados como mercados emergentes. Além da Suzano, apenas dez companhias brasileiras fazem parte das novas carteiras que integram a família de índices DJSI.
Já o ISE, da B3, é uma ferramenta que analisa a performance das empresas listadas na bolsa sob os aspectos de sustentabilidade corporativa, justiça social, equilíbrio ambiental e governança corporativa. A Suzano integra a atual carteira – com vigência até o dia 30 de dezembro de 2021 –, que é formada por 46 ações de 39 companhias.
A Suzano foi a primeira empresa do setor de papel e celulose e a primeira empresa não financeira da América Latina a protagonizar um estudo de caso da Task Force on Climate-related Financial Disclosure. Lançado em 2015, o TCFD Knowledge Hub, página em que são divulgadas iniciativas relacionadas às recomendações da TCFD, já expôs 14 estudos de caso, desenvolvidos por empresas dos setores financeiro e não financeiro. No caso da Suzano, o destaque é para a Central de Indicadores, plataforma digital com dados diversos sobre a companhia e, entre eles, informações financeiras relacionadas às mudanças climáticas, em linha com as recomendações de mensuração e transparência de resultados propostas pela TCFD.
Em 2020, ingressamos na plataforma do Carbon Disclosure Project (CDP), que alimenta investidores e governos em seu processo decisório com base em importantes informações de gestão de risco, oportunidades e impactos socioambientais. Trata-se de uma iniciativa criada para mobilizar essas partes no intuito de construir e acelerar ações colaborativas para um desenvolvimento que funcione para as atuais e futuras gerações. A boa notícia é que, em nosso ano de estreia, pela metodologia da organização, já obtivemos nota B nos três questionários respondidos, referentes a clima, água e florestas.